terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O que deveria ser e Não Foi…

Ora aqui vai uma salva de palmas para o nosso 1ºMinistro José Sócrates! É claro que, com as palavras que ouvimos deste senhor, só poderia começar este post com alguma ironia.

Ontem, depois do Jornal da Noite da SIC, Ricardo Costa (jornalista da SIC) e Nicolau Santos (director adjunto do jornal Expresso) tiveram a oportunidade de colocar algumas questões pertinentes a este senhor, que se fez apresentar numa entrevista demasiado curta para todas as dúvidas que o seu mandato indicia. Na minha humilde opinião, este encontro não foi conduzido da melhor forma pelos senhores entrevistadores, dado que não souberam contornar as respostas bem construídas e perspicazes de Sócrates. Na verdade, este último tem uma qualidade deveras impressionante: sabe discursar e, por consequência, detém de uma facilidade enorme em fugir a questões mais delicadas e transforma a conversa em algo que mais lhe convém.

E foi aqui que ocorreu a grande falha: faltou pulso firme por parte dos jornalistas, de modo a obterem do entrevistado a informação crucial que mostra que existem várias lacunas nas suas decisões, levando a resultados demasiados negativos para a população. Ora observemos o seguinte caso: José Sócrates vangloria-se do número de estudantes no Ensino Secundário ter aumentado, devido aos cursos profissionalizantes, equivalentes ao 12º ano, que foram levados a cabo no seu mandato. Até aqui nada a apontar, afinal factos baseados em estatísticas verídicas não poderão ser contrariados. Então e depois de obterem esta escolaridade? Presumimos que os estudantes terão melhores empregos, dado o seu nível académico, mas esta não é a situação real. Este senhor consegue oferecer facilidades na realização de um curso profissional, sem garantir trabalho nessa área. Ou seja, os alunos instruem-se e depois acabam por ser empregados em locais onde o 6º ano é mais do que suficiente. É claro que o saber não ocupa lugar, mas é por esta falha que existem tantos trabalhadores em sítios onde o seu nível académico é superior ao necessário, não falando já da taxa de desemprego que vem a aumentar nos últimos 20 anos.

E quanto às escolinhas primárias, de algumas aldeias, que foram fechadas por terem apenas 10 ou menos alunos, a justificação é a seguinte: as crianças têm uma necessidade de se relacionarem com um número elevado de pessoas. Não poderia estar mais de acordo, afinal o contacto com diferentes indivíduos só poderá ser benéfico. Contudo não se deveria assegurar um transporte para se poderem deslocar até aos estabelecimentos de ensino, que muitas vezes se situam em aldeias a quilómetros da sua? Dever devia, mas esse transporte foi esquecido, ou então nunca lembrado, e o único método que muitos têm para poderem ir até à escola são as suas belas pernas que só cessam quando o corpo descansa na cadeira da sala de aula (episódio ocorrido em Arraiolos, Évora, onde a nova escola fica a 2Km da aldeia).

Outro assunto referido foi o tema Saúde onde elejo as maternidades para a minha crítica. A política aplicada foi: nos locais com menos de 1500 partos por ano e más condições terão de encerrar. Faz sentido, se as mães não tivessem que se dirigir a locais demasiado afastados da sua habitação, acabando por dar à luz em ambulâncias, como foi o caso em Viseu onde, depois do encerramento de hospital de Lamego, já se deram cinco partos a caminho do hospital de Viseu. Ora entre isto e tentar melhorar as maternidades, o nosso ilustre 1º Ministro escolheu…… o “isto”! Não é fantástico nascer pelas mãos de bombeiros sem formação na área? Antes isso do que numa maternidade que faz “só” 1500 partos por ano. (Então e depois no B.I que local de nascimento vai constar? Se calhar ambulância dos Bombeiros de Lamego, por exemplo.).

É claro que estes são só alguns erros, deste senhor, onde os jornalistas não actuaram, deixando o Engenheiro José Sócrates sorrir ao mesmo tempo que elaborava um discurso embelezado, onde só a parte boa era revelada.

Uma pena esta sua atitude senhor 1º Ministro, dado que não vivemos num conto de fadas e era preciso limar estas arestas tão bicudas às quais não é dada a devida importância.

O vídeo da reportagem encontra-se no seguinte site, caso queiram "espiar":

http://sic.sapo.pt/online/scripts/2007/videopopup.aspx?videoId={8F05EBE1-99DA-4014-ACB5-62945F6401CE}

4 comentários:

An0rMaL_DoX6070 disse...

Eu não vi a entrevista.
Epah, eu desde o 1º ano de mandato deste governo que me questiono porque é que quem vota esquerda vota esquerda quando na verdade está a votar direita. Qual é a lógica de eleger um governo de esquerda que faz o mesmo que um de direita!? Para isso punha-se lá um governo de direita, assim pelo menos cumpriam o prometido (se esses não prometesses políticas de esquerda também -.-').
Enfim, tudo isto pra dizer que os partidos são a coisa mais estúpida que pode existir...
Tenho dito!

^^

Anónimo disse...

"Na minha humilde opinião, este encontro não foi conduzido da melhor forma pelos senhores entrevistadores, dado que não souberam contornar as respostas bem construídas e perspicazes de Sócrates. Na verdade, este último tem uma qualidade deveras impressionante: sabe discursar e, por consequência, detém de uma facilidade enorme em fugir a questões mais delicadas e transforma a conversa em algo que mais lhe convém." - Joana

Pois bem a Joana tem toda a razão ao afirmar tudo isto, mas a verdade e que isto aconteceu numa entrevista ao 1o ministro assim como podia ter acontecido a qualquer outra entrevista a um político português. Todos eles têm técnicas para florear e fugir aos comentários dos entrevistadores.
Se o Sócrates não fosse capaz de dar a volta a, apenas, dois entrevistadores, seria muito estranho já que conseguiu dar a volta a tanta gente que o elegeram para cargo de 1o ministro.
Realmente o acontecido nesta entrevista não me espanta rigorosamente nada... é político!!! Isso basta.

beijinho Joana

Anónimo disse...

ora eu vou ser aqui o advogado do diabo. devo confessar que apesar de nao concordar com todas as politicas deste governo (e friso a palavra governo) sou a favor da sua permanencia no poder politico nacional. a verdade e que nao existem governos perfeitos e desafio quem me contradiga nisto a dar-me um exemplo que seja do contrario. e complicado gerir uma casa qt mais um pais. como "apaixonada" por macroeconomia sempre me interessei em perceber como funciona o organismo do estado

Anónimo disse...

e uma coisa vos posso dizer: é extrema/ complicado fazer uma simples conta de subtrair onde so existe uma receita - os impostos - e no entanto e preciso financiar todo um pais. Para ser sucinta vou so deixar algumas criticas ao q foi argumentado. Apesar de nao ser de esq nem d dta (nao faz sentido mas p mim essas ideologias estao + do q ultrapassadas) a experiencia q tnh d governos de dta reside na compra de 2 submarinos. qt as maternidades para mim o problema reside no acesso aos hospitais e nao no facto destas terem encerrado.percebiam o que digo se esperassem 45min por uma ambulancia qd 1 amiga vossa esta a ter 1 ataque epiletico.qd as escolas concordo com o teu pto d vista mas acho a decisao acertada pois essas escolas sao 1 grande encargo para o Estado.qt a escolaridade, a verdade e q qt maior for maior sera a produtividade do pais.olha a irlanda por ex...e a criaçao de emprego depende das empresas e da taxa de juro.(lembro q esta e decidida a nivel europeu) para haver criaçao de emprego e preciso 1 crecimento a 2% do pais...este governo ja subiu de negativo para 1,7%...e para concluir,os efeitos das medidas agr tomadas so daqui a 20, 30 anos se verao...talvez os teus filhos agradeçam algumas delas. (acho q estas a conseguir o teu objectivo d provocar tornados...olha-me pa este testamento!!!!!!) beijo di*