quinta-feira, 13 de março de 2008

Simones Precisam-se!

Ela é aquela pessoa, aquela mulher sem papas na língua, com opiniões mais do que definidas, com uma carreira invejável, um marco na história de Portugal.

Simone de Oliveira comemorou 50 anos de carreira no dia 25 de Fevereiro de 2008, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Uma senhora inconformada com as regras da sociedade, uma senhora sem problemas em dizer não quando todos dizem sim, uma senhora digna de todo o respeito e admiração que lhe são dedicados. Participou um pouco em todas as áreas da arte do espectáculo, desde cantora a actriz, passando por apresentadora, sendo normalmente associada à famosa interpretação, no Festival RTP da Canção de 1969, da música “Desfolhada” (“quem faz um filho/fá-lo por gosto”).

Com aquela robustez, que tanto a caracteriza, causa “pele de galinha” a qualquer um com os seus ditos, e nela encontramos o orgulho de ser português, que ultimamente tem estado esbatido no espírito deste povo. Parece-me a mim que precisávamos de mais “Simones” por este país que acreditem nas nossas capacidades, que relembrem a alma portuguesa batalhadora e corajosa que está camuflada entre nós. “Simones” que vejam o cenário tal como ele é, mas que não desistam e consigam sorrir na maior das dificuldades, ultrapassando todos os terrenos montanhosos com que se deparem.

Porque nós somos capazes, porque nos corre sangue Lusitano nas veias, porque todos temos um bocadinho desta ilustre senhora ciente que não se deve baixar os braços! Temos esta “obrigação” de lutar por nós, independentemente da batalha, há que tentar e tentar e voltar a tentar. É importante dar o devido valor ao que nos rodeia e fazer jus aos nossos princípios. É urgente voltar a acreditar, é necessário encontrar aquele “quê” que nos faz perceber conscientemente o quanto valemos individualmente e como nação.

“Oh minha terra

Minha aventura

Casca de noz

Desamparada

Oh minha terra

Minha lonjura

Por mim perdida

Por mim achada”

Ary dos Santos – “Desfolhada”

terça-feira, 4 de março de 2008

E o Prémio vai para...

Pois, lamento informar que também não sei.

Parece que aquele senhor que está sempre na mesma posição já caminha para uma idade avançada e este ano os Óscares comemoraram o seu 80º aniversário.

Esta cerimónia, que junta glamour e algum divertimento, foi apresentada por John Stewart e decorreu no dia 24 de Fevereiro, tendo sido emitida pela estação televisiva TVI. Por ter sido transmitida em directo, esta cerimónia, que une profissionais experientes e jovens que dão os primeiros passos nas artes do espectáculo, passou na televisão portuguesa por volta da uma hora da madrugada de 24 para 25 (devido à diferença do fuso horário)

Infelizmente, pelas horas tardias, muitos telespectadores, por trabalharem no dia seguinte, não tiveram a oportunidade de acompanhar esta gala. Contudo, estamos a falar de uma estação portuguesa e, como tal, seria de esperar a repetição dos Óscares. Tão previsível como sempre, a TVI fez jus às suas rotinas e voltou a emitir a cerimónia, deixando os telespectadores a rejubilar pela oportunidade de assistir à entrega das estatuetas.

Este canal de televisão repete todo o tipo de programas, nomeadamente a telenovela Morangos com Açúcar, que volta transmitir, todos os dias, o episódio do dia anterior; ou a Gala dos 15 Anos da TVI, que foi emitida em directo no horário nobre e voltou a passar durante a tarde do Sábado seguinte; entre outros casos que não irei nomear. Logo também “deu uma oportunidade” a esta gala, mas no dia seguinte (3ª feira) novamente a horas tardias. Ou seja, quem não viu o directo por incompatibilidade com o horário, também não pôde assistir à sua repetição pelo mesmo factor.

Pois, temos pena senhores telespectadores! Parece que esta foi, notoriamente, uma grande falha por parte desta estação televisão, dado que acabou por discriminar o grupo de cidadãos (que acredito ser numeroso) que se tem que se levantar cedo e não pode, por muita boa vontade que tenha, acompanhar estes programas interessantes que são transmitidos em horários completamente descabidos (em relação aos Óscares refiro-me à repetição por suposto).

O mesmo se aplica ao programa cultural Cartaz das Artes (que é transmitido às 5ªas feiras por volta da 1h30 da manhã), ou a filmes de extremo interesse que acabam por não ter a projecção merecida, pois passam tarde e a más horas.