quinta-feira, 24 de abril de 2008

Suaves Castigos...

Há alguns meses atrás deparei-me com uma notícia intrigante no jornal da RTP 1: as reclusas de determinada prisão, durante a sua pena, têm aulas consoante o seu nível de aprendizagem e trabalham dentro da prisão, sendo remuneradas por este “emprego” (neste caso a tarefa era formarem as solas de borracha de botas).

Na verdade eu acho bem que o façam, afinal assim são úteis. Mas receberem por tal?

Isto levou-me a uma conclusão caricata: uma pessoa que pratique algum tipo de delito (como por exemplo, matar alguém ou traficar droga) tem como castigo, nada mais nada menos que: passar uns anitos num local onde é educada, tem cama e roupa lavada, comida e presta um serviço pelo qual é remunerada. Ou seja, a punição para estes seres que supostamente “se portaram mal” é umas mini-férias sem custo algum. O único senão é o facto de estarem sempre no mesmo espaço durante um longo tempo e não poderem escolher o destino das supostas”férias”. Muito bom!

Realmente com represálias tão severas como estas, no lugar dos criminosos não me preocupava muito, afinal se a minha “má acção” não for descoberta não me acontece nada, se for, irei para um lugar (que por sinal se chama cadeia) onde não tenho despesas, aprendo umas coisitas, podendo até a transformar-me numa pessoa letrada, e ainda junto algum dinheiro sem me cansar muito. Parece que os “nossos amigos” não têm grandes problemas!

Acho que sim, que vamos bastante longe com estas medidas tão duras. Eu sei que tem em vista reabilitar, e não castigar os reclusos, mas não haveria outra maneira? E já não será reembolso suficiente o facto de os reabilitarmos?

Supostamente, as pessoas que são condenadas são realmente culpadas de algo, por isso, a que se deve esta vida tão folgada durante a sua pena? Porquê um castigo tão benévolo? É óbvio que, para alguns indivíduos, estar fechado durante tanto tempo em determinado espaço já é castigo suficiente, contudo não os poderiam tornar mais úteis?

Por exemplo, para quem passeia por algumas ruas de Lisboa, e periferia, depara-se muitas vezes com paredes rabiscadas, locais bastante perfumados por um odor pouco agradável devido a lagos sem tratamentos, vê ainda jardins demasiado sujos, enfim, espaços que realmente poderiam ser encantadores e, na verdade, não o são devido à falta de atenção para com eles. Não seria mais produtivo organizarem-se pequenos grupos de prisioneiros (para não se desencadear algum tipo de problema, afinal é mais fácil controlar meia dúzia, do que uma multidão) e aplicar a sua força na melhoria destes espaços tão vastos e espalhados por todo o país? É claro que isto é apenas um exemplo. Poderiam desde distribuir roupa e comida pelos sem-abrigo, até apoiar na elaboração de obras mais simples. Mas sem nenhum tipo de remuneração, pois o facto de ajudarem na preservação da sociedade já deveria ser recompensa suficiente. E para aqueles que demonstrarem um bom desempenho, poderia existir uma diminuição de pena. Porque não?

O problema é que para isto acontecer teriam que existir polícias, ou alguém responsável pelos reclusos, para evitar o aparecimento de complicações e é claro que isto iria fazer com que o governo investisse no financiamento destes vigilantes, o que não deve soar muito bem a Teixeira dos Santos (Ministro de Estado e das Finanças). Afinal, isto leva-nos para campos políticos, e nessa área parece ser sempre tudo muito complicado!

sábado, 12 de abril de 2008

Dia Mundial do Beijo

Ontem, dia 11 de Abril, foi dia Mundial do Beijo. O ósculo deve existir, com certeza, desde os nossos primórdios e as estatísticas dizem que damos 24 milhões de beijos durante toda a vida (mas que grandes beijoqueiros!).

Por definição, beijo é o toque dos lábios numa pessoa ou objecto. Mas um beijo não é apenas isto. Esta descrição coloca o beijo numa posição bastante secundária, o que na realidade não corresponde à verdade. Um beijo pode não ter significado nenhum, limitando-se a ser um cumprimento educado trocado por dois indivíduos que nem amigos são, porém também pode significar o Mundo!

O beijo poderia ser o começo ou o fim. Desde arrebatador a monótono, pequeno, grande, dado com carinho ou paixão fugaz, com segundas intenções ou apenas porque sim. O beijo deveria ser o símbolo da paz. O beijo, essa acção que, se pensarmos bem, até é um pouco estranha chegando ao linear de nojenta, consegue dizer tanto. Aquele momento fulcral que faz o Mundo parar, quando trocado por alguém que se Ama. O beijo da despedida, quando o corpo já jaz em paz; o beijo surpresa; o beijo da saudade e o beijo que tanto se procura; o beijo intenso; o beijo rápido e o beijo simples; o beijo enigmático, que nos deixa a desejar por mais; o beijo roubado que sabe a morango, chocolate ou a “chicla de mentol”; o beijo sentido, magoado; o beijo que diz Amo-te; o beijo que ocupa o vazio quando nada mais há a acrescentar e todos os pontos do nosso corpo só querem vibrar com aquele gesto fantástico! Um beijo que nos toca a alma e descobre em nós o segredo nunca antes revelado.

O beijo e todas as suas variantes, que fazem dele uma brincadeira de crianças ou um sonho encantado, divertem todas as faixas etárias e é intemporal. O beijo vale mais que mil palavras.

Um beijo. O Beijo. Só porque sim!

“Recebi o teu bilhete

para ir ter ao jardim

a tua caixa de segredos

queres abri-la para mim

e tu não vais fraquejar

ninguém vai saber de nada

juro não me vou gabar

a minha boca é sagrada

Estar mesmo atrás de ti

ver-te da minha carteira

sei de cor o teu cabelo

sei o shampoo a que cheira

já não como, já não durmo

e eu caia se te minto

haverá gente informada

se é amor isto que sinto

Quero o meu primeiro beijo

não quero ficar impune

e dizer-te cara a cara

muito mais é o que nos une

que aquilo que nos separa

Promete lá outro encontro

foi tão fugaz que nem deu

para ver como era o fogo

que a tua boca prometeu

pensava que a tua língua

sabia a flor do jasmim

sabe a chicla de mentol

e eu gosto dela assim

Quero o meu primeiro beijo

não quero ficar impune

e dizer-te cara a cara

muito mais é o que nos une

que aquilo que nos separa”

“Primeiro Beijo” Rui Veloso e Carlos Tê

terça-feira, 1 de abril de 2008

Tema do dia: VIOLÊNCIA

Parece que o nível de violência do nosso país tem vindo a decrescer pelas estatísticas, dado que existe uma diminuição de 36% de registos de violência de 2006 para 2007. Contudo cada vez se ouvem mais queixas entre a população portuguesa e são cada vez mais os caso que aparecem nos jornais.

Consta que andar à noite (parte do dia mais propicia a assaltos) sem preocupações, sem olhares à retaguarda em busca de vultos suspeitos é já uma actividade que pressupõe alguma dificuldade. Os assaltos passaram a ser constantes, com utensílios à mistura (facas, armas de fogo, etc.), e para as vitimas já não é uma sorte não lhes levarem nada, mas sim ficarem vivos ou sem ferimentos graves.

Mas a violência não se resume aos assaltos. Acrescente-se a esta realidade os abusos domésticos, ou as complicações na área do ensino, entre professores e alunos. E irei resumir-me a esta última de modo a não prolongar este post.

Desde alguns anos que os profissionais desta área se sentem ameaçados e inseguros devido à alta de respeito e abuso por parte dos alunos dentro das quatro paredes de uma sala de aula. Contudo, parece que só agora se ganhou coragem e se começa a desvendar algumas destas situações, tornando púbicas as desavenças entre docentes e discentes.

Parece inconcebível, mas o ensino tem vindo a tomar precursões que nunca se imaginara no passado. Antigamente quase se fazia continência perante os senhores professores e estes eram a figura a quem se devia obediência e estima, porém, nos tempos que correm, esta imagem tem-se tornado cada vez mais rara. Os alunos revelam uma postura lamentável ao serem violentos a mal formados para com o professor. Um exemplo destas atitudes é a notícia que tem sido manchete em todos os jornais, onde uma aluna entra em desavença com a docente por esta lhe ter retirado o telemóvel (sabendo que a utilização deste utensílio é proibida, a “menina” não se coibiu de o usar, levando a uma atitude mais drástica da professora, tendo a situação acabado em gritos e insultos trocados entre as “personagens principais da trama”).

É deveras triste ver estas atitudes por parte dos alunos, e saber que esta é a geração que deixamos como herança. Contudo a culpa não pode ser apenas colocada sobre os ombros dos jovens. A educação começa em casa e se os pais não dão o exemplo a seguir, se não ensinam a diferença entre o certo e o errado, não são os professores que o vão fazer. Apesar destes cada vez mais terem uma maior cota parte na educação e desenvolvimento dos jovens, só têm como obrigação forma-los academicamente, cabendo aos pais a formação como indivíduo pertencente a uma sociedade, como cidadão “equilibrado”, pois é desde criança que a educação deve ser implementada, de forma a que a evolução do ser humano siga o caminho correcto, e não o do crime.

É nos nossos descendentes que devemos investir, são eles o futuro do nosso país. Se criamos criminosos, o futuro não se apresenta muito agradável. É preciso investir na educação desde o inicio da vida, é preciso ter pulso firme e dizer não, castigar quando necessário, para se poder transmitir a mensagem do certo e errado. Afinal é desde o primeiro dia que o indivíduo começa a formar a sua personalidade e, se não se investir desde cedo nos futuros jovens, será impossível fazer a sua reabilitação quando atingirem a idade adulta.

É essencial repensarmos a educação que transmitimos os nossos descendentes e mudar o que está errado para que a esperança nas próximas gerações nunca morra!