
Chegou o E-escolinhas! Depois do E-escolas, inicialmente destinado aos meninos do Secundário e, posteriormente, aos de 3º ciclo, o portátil “Magalhães” (criado em Portugal) vem fixar as suas raízes no 1º ciclo.
Consta que este portátil, destinado aos mais pequenos, recebeu este nome em tributo a Fernão Magalhães (grande navegador português que realizou a primeira viagem de circum-navegação ao mundo - 1519/1522). A diferença é que este senhor marcou a história pela positiva, enquanto este equipamento corre o risco de não navegar pelos mesmos mares!
A ideia que acompanha “Magalhães” é a implementação das aulas multimédia nos nossos estabelecimentos de ensino. Esta poderá ser uma ideia genial, caso o portátil seja apenas um acessório, mantendo-se os belos ditados e cópias à moda antiga – com o lápis na mão! E poderia ser uma ideia ainda mais genial caso as nossas escolas tivessem condições formidáveis, sendo este equipamento a cereja no topo do bolo! Mas, infelizmente, esta não é a realidade que nos rodeia. Se por alguma eventualidade fizéssemos uma análise cuidada aos nossos estabelecimentos de ensino, deparar-nos-íamos com o seguinte cenário: salas com assentos insuficientes para os alunos, quadros a cair, baldes colocados estrategicamente para receber as gotas de chuva que as construções não suportam, ginásios sem equipamentos, ou então sem ginásios, e por ai adiante.
Na verdade, é um pouco triste, e até ridículo, investir-se cerca de 80 milhões de euros (que iram ser reembolsados em parte com a compra do aparelho) em campos que têm em vista educar uma juventude apta às novas tecnologias, mas esquecerem-se de tudo o resto que é essencial e faz mais falta que o nosso “Magalhães”.
É bom evoluir e não poderia ser mais a favor do desenvolvimento da educação, porém com conta, peso e medida. Mais uma vez parece que a lista de tarefas está desorganizada e as verdadeiras prioridades foram passadas para segundo plano!